15ª edição - ano II - Dezembro de 2010
Olá, amigos! Bem-vindos!
Inevitavelmente, nesse período de fim de ano, costumamos fazer aquelas reflexões de sempre sobre nossas vidas pessoais e sobre o mundo, de um modo geral. E nessas reflexões sempre surgem as resoluções que pretendemos levar adiante no novo ano. Umas realizamos, outras vão sendo adiadas, ou mesmo canceladas. Mas qualquer que seja o destino dessas resoluções, o importante é que elas existam sempre, nem que seja apenas em nosso imaginário, para que continuemos acreditando que um mundo melhor é possível.
Um forte abraço a todos e um feliz 2011 !!!!
_______________________________________________________________________________________
Reivindicação
( Poesia feita a quatro mãos nº2 )
Reivindico o poema teu teu
Reivindico o seu mundo invisível
Reivindico o teu segredo
Reivindico o direito de te ver
Com todas as partes visíveis.
Para integrá-las ao meu texto.
Integre-me ao corpo do texto
Façamos um poema juntos, de corpos e letras, de letras encorpadas
De corpos, que sempre serão também letras.
Virtual e visual num leito só real e irreal
E com todas as nossas cores
E vozes
Vozes, vozes - som
Mais gosto mais gosto de sussurros
E cores, nossas cores - visão
Deste que chiam baixinho
Suta-que cari-oca
Daqueles que eriçam os pêlos
Pêlos baixinhos ouriçados
Arrepio
Sussurro e arrepio
Um sussurro, um sopro, um arrepio, um toque
E um cheiro
Um toque com a ponta da língua
E um cheiro
Cores, vozes, toque, cheiro gosto
E o cheiro de banho
A pele fresca...
Tomar água na pele do outro
Tomar o outro na água
Sentir o frescor da pele do outro
Ser a pele do outro
Ser o outro.
Ser um no outro.
Ser a pele do outro
O cheiro no outro
Ser o cheiro ser
Deixar o cheiro
Levar o gosto
O gosto
Simmm...
A boca do outro.
A língua do outro.
A respiração.
Ofegante.
Pra lembrar do cheiro, da cor do toque do som
As mãos que se dão pros corpos se darem
Enquanto os peitos se encostam
As mãos que se dão
Lençóis
É... As horas passam.
E eu te espero.
Espera meu cheiro? Ver meu cabelo?
Espera minha boca - som?
Espero você germe sendo... ...sussurro.
Espera minha boca - gosto?
Espero suas pernas trançadas
Espero o nosso nó.
Espera minha pele - cor?
Espera minha pele - sabor?
Espera beber água em mim?
Espero beber você.
Espera fazer de mim água?
Perfeito!!!!
Par feito.
[ Max Heleno ]
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Poema
Quando a noite chegar
Uma outra cara
Uma outra migalha
Uma outra agonia.
Contra a fibra o ferro
A entalhar na carne
Um novo rosto.
Opera a face com lâmina que não afeita
Nela é que se está despido
Como sente um poema
O bom de sua paráfrase.
Rapar a cara ou rasgar a glote.
[ Luiz França ]
_______________________________________________________________________________________