Segunda-feira, 25 de Abril de 2011

...

19ª edição - ano III - Abril de 2011

 

Bem-vindos, amigos!

 

Após uma santa semana de descanso e sossego,

voltamos à nossa rotina de trabalhos, reflexões e poesias.

Em tempo: antes tarde do que nunca! Agora temos o nosso contador de visitantes.

 

Uma boa leitura a todos e um grande abraço!

 

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Vai vento vem

 

Campo em florassinatura.jpg

 

Vai vento, vagueia vento.

Vai vento, vagueia, vai.

Vagueia em vãos, vilas, vales,

vagueia em vãs velas, vagas...

 

Vagueia em vasta vivência!

Vagueia, vulto veloz!

Vislumbra vantagens virgens.

Vai vento, volve violetas e

valida os ventiladores.

 

Vai vento, verte os vinhos nas

ventosas vulvas venéreas.

Vibra o varal vestido, e faz

voarem as vassouras vadias,

várias, várias e várias vezes...

 

V v v v v v v v v v v v . . .

 

Voltando, voltando vem.

Violentamente vem.

Vomitando a voz verdadeira de

vitórias e varejeiras,

varridas nas verdes vias.

 

Vagando, vento, vem ver.

Vasculha os velhos valores e

vota o voto vencido do

vacilante verme venoso, que

vaza nas vicissitudes da

valiosa vida voraz.

 

[  Marcelo Souza  ]

 

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Ainda ontem...

 

vitima do caosassinatura.jpg

 

No céu, eu juro, uma águia de nuvem engole uma pérola de lua

Na praça XV, a Nana Caymmi me faz uma dor que é quase tudo

Dá uma melancolia nas cores do centro que é quase uma alegria, quase uma luz

O asfalto, o calor, os carros, as pessoas com horários, tudo

Me dá uma sensação de natureza controlada...

 

Mas, ainda ontem, um louco numa escola...

Ainda anteontem, uma onda gigante numa ilha...

Ainda ainda, uma chuva na serra...

Me fez voltar ao meu mundo de miniaturas – onde Deus – com letra grande – é necessário. Os homens se mordem...

 

No céu, nenhum arranha-céu de avião... só os pássaros de verdade não são cruzes...

Só a serra interrompe a linearidade do azul com verde

No mato, os homens ainda primatas oferecem bons dias a estranhos...

E das casas, os homenzinhos do futuro se escorregam para os bancos pobres – a pobreza multicolorida, a pobreza transversal, a pobreza intertextual, a transpobreza...

Do outro lado da vida, mulherezinhas satisfeitas lutam pela novela nossa de cada dia.

 

E tudo carrega a opulência mordernosa de celulares e milhares de livros,

que jamais serão lidos... e tudo apreende ser imediato como a vida é curta...

E como a vida é curta e não há tempo a perder – e talvez não haja nada a aprender –

E porque eu já aprendi a não saber o que é o básico

Me fiz voltar ao mundo das miniaturas – onde Tudo é pequeno e desnecessário.

 

Ainda ontem...

 

[  Max Heleno  ]

 

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Poema

 

o_escritorassinatura.jpg

 

Às vezes me abandono

Às vezes me condeno

Às vezes me reprimo.

 

Como um cão sem dono

Degusto o veneno

Do meu próprio limo.

 

A detestar de rimas

A detestar de prosas

A depender de climas

 

A não viver de rosas.

 

[  Luiz França  ]

 

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publicado por Interseção às 19:12

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4 comentários:
De Glaucia Rattes a 26 de Abril de 2011 às 02:09
Parabéns pela evolução do Blog que agora possuí contador. Um avanço importante para vocês três. Hoje vai um elogio pelo "Poema" que Luiz França escreveu. Parabéns!
De Anónimo a 26 de Abril de 2011 às 02:18
Ah, já ía esquecendo, se precisarem de uma Bacharel contadora, estou por aqui. Brincadeirinha, galera!
De Máximo a 30 de Abril de 2011 às 00:52
Glaucia, obrigado pela visita e por deixar um comentário. É muito importante pra gente... Sobre a oferta, o grupo ainda está engatinhando, mas anotamos.

Com relação ao poema "Poema", do Luiz. Destaco que o Marcelo também, mais uma vez, se superou. Praticamente desenhou um Luiz - com mais 5 ou 10 anos.

Parabéns, Marcelo.
De Interseção a 3 de Maio de 2011 às 22:59
Valeu, meu compadre!

Realmente esse desenho é o próprio Luiz em suas elucubrações solitárias e no seu marasmo poético. Um escritor bissexto e preguiçoso. rsrs.

Grande abraço!

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